
Na verdade não deixa de ser uma ironia a expressão "novo Código Florestal". Ele encerra o interesse dos grandes proprietários, é puro fisiologismo do desmatamento. A queda de braço entre os ambientalistas e os ruralistas quase chegou ao fim, não fosse o poder de veto da Presidente Dilma. Pelo que podemos perceber aquela velha cena do madeireiro carregado de toras retiradas de áreas de preservação vai perdurar por muito mais tempo. Não é de estranhar que mais de 70% dos nossos representes no congresso são proprietários de terras. E o pior de tudo, a maioria dos deputados foi eleita com votos indiretos.
Do velho código florestal sobrou apenas as punições para passarinheiros e pescadores furtivos que nunca tiveram a sua reserva legal. Nada poderia ser melhor para os latifundiários. Enquanto os proprietários que desmataram áreas de proteção continuarão desmatando indiscriminadamente, os que cumpriram a legislação vigente e mantiveram as suas reservas estarão obrigados a manter áreas com cobertura vegetal.
Para não ser punido pelo desmatamento ilegal produzido até 2008, o produtor rural só precisa “aderir a um programa de regularização em que se compromete a recuperar a vegetação de sua propriedade nos próximos anos.”
Por todo o país os latifundiários e a mídia de direita comemoram a aprovação do novo Código Florestal. “Já os dois únicos partidos contrários, PV e PSOL, usavam palavras como 'desastre' para classificar o que aconteceu. O texto será discutido agora no Senado.”
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