Enviado por Rubens Pontes
Em Namibia, sudoeste da África, vivem ainda hoje os bosquianos, negros pertencentes a grupos etnicos cujas mulheres são portadoras de uma caracerística genética peculiar, com excessiva acumulação de gordura nos glúteos. Angola, terra dos bantos, foi origem de milhares de escravos deportados para o Brasil; seu dialeto era o quimbundo (Kimbundu) da palavra bunda. Outra tribo africana, os bundus (bunda) se caracterizava igualmente pelo traseiro avantajado de suas mulheres que povoaram eitos e camas dos seus senhores.
A palavra bunda, com que designamos o derrière de homens e principalmente de mulheres, não existe em outra lingua. Trata-se de uma analogia decorrente das africanas que chamavam a atenção pela anatomia que nos encanta na excelente seleção do blogui e que levou poetas como Carlos Drumond de Andrade a reverenciar a bunda num dos seus poemas:
A palavra bunda, com que designamos o derrière de homens e principalmente de mulheres, não existe em outra lingua. Trata-se de uma analogia decorrente das africanas que chamavam a atenção pela anatomia que nos encanta na excelente seleção do blogui e que levou poetas como Carlos Drumond de Andrade a reverenciar a bunda num dos seus poemas:
A BUNDA
Carlos Drumond de Andrade
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadencia mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama, agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
La vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na caricia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
rebunda.
Por Walder Rocha.
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