Apesar dos livros e filmes do gênero terem virado moda,
muita gente ainda não sabe que raios é a tal distopia que todo mundo fala.
“Distopia” também pode ser chamado de “antiutopia”. Ou seja, se utopia é uma
civilização ideal, a antiutopia, ou distopia, é o contrário disso. Em um
primeiro momento, a sociedade distópica parece ideal e ela pode ocorrer num
futuro ou em um presente/passado paralelo. Em uma distopia, há sempre alguém
controlando tudo – seja uma organização ou o próprio Estado. As regras ditadas
são rígidas e parecem ter sido criadas para o bem comum, mas no decorrer da
história, percebemos que elas só favorecem uma minoria e segregam a maioria.
Distopias geralmente tratam sobre controle e são alegorias à nossa sociedade.
As obras distópicas sempre trazem um questionamento sobre nossos valores
sociais e políticos, mesmo que eles sejam refletidos numa sociedade
completamente diferente da nossa.
Apesar de muitas distopias se passarem em um futuro repleto
de tecnologia, nem todas as distopias são ficção-científica e nem todos os
livros que se passam no futuro são distopias. Faz sentido? Existem, por
exemplo, distopias com fantasia (Os Gêmeos, Pauline Alphen) e até mesmo
distopias cristãs (que romanceiam o Apocalipse bíblico, como seria se ele
acontecesse agora e geralmente carrega as interpretações dos autores sobre os
textos bíblicos). As distopias são pessimistas e geralmente há uma figura
política dominante que controla toda a sociedade do livro.
Eu gosto das distopias porque elas tiram a gente do “lugar
comum” e nos fazem pensar sobre características da nossa sociedade que não
pensamos normalmente. Livros que estimulam o pensamento e a crítica são sempre
bem-vindos, não é mesmo? Afinal, para que serve os livros se eles não nos
ajudarem a pensar e não mudarem alguma coisa na gente? Apesar de ser adepta da
teoria de que todos os livros nos ensinam alguma coisa, eu acho que com as
distopias o pensamento é mais “estimulado” em certos sentidos – mas não é o
único gênero que trabalha isso, obviamente.
Então, para iniciar vocês no “mundo distópico”,
deixo uma lista com algumas distopias clássicas e muito importantes, que foram
precursoras no gênero e inspiraram muitos autores atuais.
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